Etanol que garante um amanhã mais limpo e renovável
14/12/2021
Trabalho há 15 anos no setor sucroenergético e atuo há três anos como gerente industrial na Atvos, a segunda maior produtora de etanol do Brasil. A empresa acredita no potencial das pessoas, na diversidade, em ética, integridade e transparência como valores organizacionais essenciais, e tem como lema garantir que nosso amanhã seja mais limpo e renovável.
Nossa produção de bioenergia e biocombustíveis possui um impacto ambiental positivo, pois estamos completamente inseridos no contexto da redução das emissões globais de gases de efeito estufa (GEE). Esse é um tema de crescente interesse público que deixou de figurar apenas em discussões acadêmicas e passou a ter amplo espaço no ambiente corporativo, a partir do desenvolvimento de ações concretas, propostas e perspectivas de ações futuras consistentes.
Atualmente, há um forte apelo no sentido da substituição da frota atual de veículos equipados com motores a combustão interna por veículos movidos por motores elétricos alimentados por baterias. Mas qual será o impacto disto na redução do consumo de energia gerada por combustíveis de fontes não renováveis e, consequentemente, de emissões de GEE?
Com base nos dados da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), do Ministério de Minas e Energia, as matrizes energética e elétrica, brasileira e mundial, são compostas conforme o quadro abaixo. Ao observar as tabelas, é importante se atentar que a matriz energética se refere ao conjunto de fontes de energia disponíveis para todas as aplicações (carros, eletricidade, aquecimento a gás, preparo de alimentos etc.), enquanto a matriz elétrica se refere unicamente às fontes para geração de energia elétrica.
Figura 1 – Matriz energética e elétrica
Retirado do site https://www.epe.gov.br/pt/abcdenergia/matriz-energetica-e-eletrica
Em 2018, apenas 25% da matriz elétrica mundial foi obtida de fontes renováveis, enquanto a matriz elétrica brasileira para o mesmo período obteve 83% de seu total através de fontes renováveis.
Se considerarmos a substituição da frota de veículos movidos por motores a combustão interna por veículos elétricos com uso de baterias, o problema da emissão de GEE não seria resolvido. Isto porque a energia gerada para alimentar as baterias, em escala mundial, teria como base fontes não renováveis (75%), mas ainda assim a tecnologia automobilística estaria irreversivelmente direcionada para os automóveis elétricos, por obviamente ter vantagens em termos de eficiência e desempenho.
Nesse cenário, o etanol brasileiro ganha destaque como a melhor resposta para a redução de GEE, com excepcional perspectiva futura. Comparando a emissão futura de GEE do veículo com célula de combustível a etanol, reduzimos em 93% as emissões em comparação aos atuais veículos movidos a gasolina. Atualmente, os veículos a etanol já apresentam emissões três vezes menores em relação aos veículos elétricos do mercado europeu.
Figura 2: Emissão total de gases de efeito estufa, em g de CO2e/km
Retirado de: https://noticias.portaldaindustria.com.br/artigos/plinio-nastari/a-eletrificacao-com-biocombustiveis-e-o-renovabio/
Soma-se a isso a obtenção de metais para a fabricação das baterias dos veículos elétricos, além do futuro descarte desses equipamentos, o que geraria outro problema.
Além disso, conforme o trecho abaixo, o Dr. Plínio Nastari reflete sobre a geração de emprego e renda da cadeia de produção do etanol:
“O etanol e os demais biocombustíveis representam energia solar de elevada densidade capturada, armazenada e distribuída de forma eficiente, econômica e segura. São, na verdade, equivalentes a hidrogênio capturado, armazenado e distribuído de forma eficiente, econômica e segura.
Além disso, representam uma rota tecnológica que gera emprego e renda de forma distribuída. Além de baixo consumo energético e baixa emissão de gases do efeito estufa, a eletrificação baseada em combustíveis líquidos de baixa pegada de carbono promove desenvolvimento econômico e emprego, aspecto relevante diante do avanço da automação e modernização dos processos industriais.”
Nesse contexto, temos ainda o RenovaBio, que incentiva o aumento da produção de biocombustíveis, com destaque para o etanol, por meio da possibilidade de venda dos CBIOS (crédito de descarbonização equivalente a 1 ton de CO2 evitado) pelos produtores certificados. Todas as unidades da Atvos foram certificadas pelo RenovaBio e, também, somos a primeira empresa geradora de energia de biomassa a conquistar o Certificado Internacional de Energia Renovável.
Por fim, podemos concluir que o etanol é um produto que, além de resultar em menores emissões de GEE, é um impulsionador social e grande desenvolvedor da economia. Aqui na Atvos, nossas operações têm capacidade de produzir três bilhões de litros de etanol, quantidade capaz de movimentar 60 milhões de carros compactos com combustível sustentável. E você? Abastece com etanol e contribui com um planeta mais limpo?