As soluções de sustentabilidade da Atvos
03/03/2022
Desde que entrei na Atvos, nosso foco na área de Sustentabilidade foi encontrar soluções ambientais que agregassem valor à empresa, sempre observando novas tecnologias e novos métodos de análise, a fim de conseguir identificar os principais riscos e oportunidades ao negócio e à sociedade.
Nesse caminho, identificamos em 2016 a ACV (Análise de Ciclo de Vida), que é uma metodologia de cálculo de pegada de carbono de tudo que foi emitido desde o plantio até a queima no automóvel. Nos aprofundamos no tema durante a jornada no Centro de Estudos em Sustentabilidade da FGV (GVCES), tendo publicado dois artigos na Life Cycle Management (LCM), um sobre pegada de carbono e hídrica da Unidade Rio Claro e outro sobre a mudança de uso do solo na Atvos.
Um pouco mais à frente, em 2017, acompanhei o processo de construção e aprovação da Lei 13.576 sobre a Política Nacional de Biocombustíveis, o Renovabio, que também utiliza o modelo de análise ACV. Como já estávamos familiarizados com essa metodologia, tivemos mais facilidade para entender como funcionaria o programa. O maior desafio, no entanto, era conseguir ter as informações por unidade calculadas a cada mês. Então, trabalhamos durante seis meses com uma empresa parceira para desenvolver a RenovaCalc, que automatizou todo esse cálculo e, além de garantir entregas precisas, faz esses levantamentos em apenas seis horas. Com essa ferramenta também fomos capazes de analisar os números de cada uma das nossas unidades e identificar a possibilidade de recertificação das usinas, o que é realizado anualmente.
Em 2021, firmamos uma parceria com a Mitsubishi Motors para neutralizar as emissões de carbono dos eventos da Mit Rallies, que contemplam os campeonatos da Mitsubishi Cup, Mitsubishi Motors, Mitsubishi Outdoor e Mitsubishi Experience. Calculamos as emissões das corridas e abatemos com o saldo proveniente da diferença da emissão de carbono com a absorção pela mudança no uso do solo na Unidade Santa Luzia, localizada em Nova Alvorada do Sul (MS). Utilizamos como base para esse cálculo a metodologia que implementamos, em 2016, para estabelecer uma parceria similar com a Aston Martin Racing na Europa, em que todo o processo foi verificado por terceiros.
Neste ano, temos pela frente a recertificação do Renovabio, um processo que trará ganho adicional considerável ao que já temos com os certificados anteriores. Existe também o mercado de I-RECs (International REC Standard), que é voluntário para certificados de energia renovável e apresenta uma rentabilidade baixa comparada ao Renovabio. Paralelamente, estamos monitorando as possíveis novas formas de comércio de carbono que podem surgir por meio dos acordos firmados na última COP-21 (Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas) e os projetos de lei que estão tramitando no Congresso Nacional.
Assim, na sustentabilidade procuramos renovar nosso amanhã da forma mais correta possível. Temos o propósito de evidenciar o potencial que os biocombustíveis têm na mitigação das mudanças climáticas, principalmente como uma solução rápida para a substituição aos combustíveis fósseis de referência, e que certificados ambientais podem se tornar um produto atrativo se trabalhados de forma correta.
Carlos Sodré, Analista de Sustentabilidade da Atvos